sexta-feira, 15 de abril de 2011

Pedida prisão preventiva de policiais acusados de atirar contra juiz em blitz


O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu, nesta sexta-feira (15), a prisão preventiva de dois policiais da 41ª DP (Tanque) que participaram de uma blitz em outubro de 2010, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, onde um juiz e duas crianças foram baleados. Segundo o MP-RJ, os agentes também foram denunciados por tentativa de homicídio.

O episódio aconteceu na noite do dia 2 de outubro. O juiz do trabalho Marcelo Alexandrino da Costa estava em seu carro junto com a mulher, o seu filho de 11 anos e a enteada, de 8, quando passou por uma blitz. Segundo o MP-RJ, o magistrado pensou estar diante de uma falsa blitz e tentou fugir, sendo alvejado pelos policiais.
Pedida prisão preventiva de policiais acusados de atirar contra juiz em blitz (Reprodução/TV Globo)Na época, o juiz Marcelo Alexandrino da Costa Santos escreveu uma nota confirmando que os disparos contra ele e sua família foram feitos pela polícia. No texto, ele afirma que "nada há de mais aterrador do que a imagem de um agente público, que de nós deveria cuidar, disparando arma de fogo, com a intenção de matar, contra um casal de bem e suas crianças inocentes".

O promotor de Justiça Homero Freitas Filho, da 23ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal, afirmou que a prisão preventiva é imprescindível, “sob pena de descrédito das instituições”. De acordo com o MP-RJ, as vítimas só não morreram devido “à imperícia dos denunciados, que não lograram êxito em atingir todas as vítimas, e ao socorro médico recebido”.

Ainda de acordo com o Ministério Público, os policiais afirmaram, em um primeiro momento, que haviam atirado para cima e que as balas que atingiram o carro do juiz teriam sido disparadas por um segundo veículo que passava na hora da blitz. A versão foi desmentida pelo exame de balística, pela vítima e por uma testemunha que passava no local na hora do crime.
Os dois policiais chegaram a ter a prisão temporária decretada, mas foram soltos após cumprirem pena no presídio Bangu 8, na Zona Oeste.  De acordo com a Polícia Civil, eles continuam afastados das ruas e atuam na Seção de Pessoal em Situações Diversas, dentro da Polícia Civil. Os dois também foram indiciados pela corregedoria interna da polícia por tentativa de homicídio.

Reconstituição
Em novembro, o juiz participou dareconstituição do crime, que durou pouco mais de três horas. Um trecho da Estrada dos Três Rios, em Jacarepaguá, foi interditado. Os dois policiais acusados não participaram por opção da defesa. O magistrado deu detalhes e ajudou nas investigações. “Nós tínhamos pessoas à frente vestidas de preto, portando armas longas”, contou ele na época.
Na época, a perícia feita pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) confirmou que as balas que atingiram o juiz partiram do fuzil que estava com um dos agentes. Uma testemunha, que também teve o carro atingido por balas, confirmou que os tiros partiram de policiais. Em depoimento, os agentes contaram que trocaram tiros com ocupantes de um carro escuro.
Delegado foi afastado após episódio
Dois dias após o tiroteio, o então chefe da Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski, exonerou o delegado Fábio da Costa Ferreira do cargo de titular da 41ª DP (Tanque). Dos seis policiais que participaram da ação, cinco eram novos na Polícia Civil e estavam trabalhando há apenas três meses na corporação, depois de passarem pela academia de polícia.



Mesmo baleado, juiz ainda conseguiu dirigir até hospital (Foto: Reprodução / TV Globo)
Mesmo baleado, juiz ainda conseguiu dirigir até hospital (Foto: Reprodução / TV Globo)




Fonte:
G1




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