quarta-feira, 9 de março de 2011

Slater bate Taj em final apertada e abre ano com vitória, a 46ª na carreira

Slater abre ano com vitória dramática sobre local Taj Burrow na Austrália (Divulgação ASP)
Americano decacampeão mundial derruba aussie, defensor do título, e vence pela quinta vez na Gold Coast, na abertura da temporada.

Durante a semana, Kelly Slater passou mal, tomou susto, caiu para a repescagem. Nesta quarta-feira de cinzas, ressurgiu novo em folha. Nem Taj Burrow, defensor do título, queridinho da torcida australiana e exímio conhecedor local, conseguiu detê-lo. Perdeu por pouco mais de um ponto - 11,20 x 10,17. Em uma quase irreconhecível Snapper Rocks, o americano arrancou tudo o que pôde na última bateria, até os últimos segundos. E, depois de dois anos de frustrações na Gold Coast, conquistou a etapa de abertura da temporada pela quinta vez. Trinta e nove anos de idade, 46 vitórias em campeonatos. Um grande passo para o 11º caneco do Circuito Mundial... ou para a aposentadoria.
- Eu me diverti muito, foi até fácil - disse ele, meio brincando, já prevendo perguntas sobre o futuro.

Assim como Slater, Taj também passou pela repescagem durante a semana. Foi depois de um tropeço em Alejo Muniz. O brasileiro parou apenas nas quartas, diante do sul-africano Jordy Smith. Depois dele, o melhor brasuca foi Adriano de Souza, o Mineirinho, derrotado na repescagem justamente por...Taj.
Para o americano, a Gold Coast não trazia boas lembranças recentes. Desde o título de 2008, acumulava resultados pífios. Em 2009, foi derrotado na terceira fase pelo aussie Julian Wilson, então convidado. No ano passado, terminou em nono ao perder nas oitavas para o sul-africano Jordy Smith, vice do mundo em 2010.

A estreia de Slater este ano foi tranquila. Empurrou os aussies Kai Otton e Matt Banting e passou direto à terceira fase. Depois de uma semana de folga, enfim voltou a entrar em ação. De novo encarou Banting e não deu chances.

Na quarta fase, um susto diante de outro Matt, Wilkinson. O australiano, sensação do campeonato, venceu a bateria tripla contra o americano e o taitiano Michel Bourez. O careca tinha dormido mal, sofria com uma problemas no estômago. Segurou uma incômoda lanterna e seguiu com ela para a repescagem.
Lá perto da degola, apertou o botão "reset" e fez as pazes com a vitória, agora sobre o aussie Adrian Buchan. Era hora de dormir. E, nesta quarta, pareceu acordar bem disposto. Nas quartas, uma vitória sobre o havaiano Dusty Payne, que, por sua vez, ainda estava meio sonolento.
Slater apoiou uma paralisação. Tanto os surfistas quanto os organizadores achavam que, com maré baixa, as ondas ficariam melhores. Tinha sido assim nos dias anteriores. Depois das quartas, uma pausa de quase quatro horas. No retorno, porém, se viram diante de uma temperamental Snapper, que ora se abria para uma nota à beira da perfeição, ora deixava um favorito remando, perdido e frustrado.
Nas semifinais, Slater teve de encarar o português Tiago Pires, surfista que o tinha vencido nos três últimos duelos. Conseguiu enfim dar o troco. Estava difícil segurar o careca original. Taj aplicou uma combinação em Jordy Smith.

Quando soou a buzina para a final, Slater achou um microtubo escondido numa direita. Arrancou 5,00. Na segunda onda, girou em uma rasgada, mas não conseguiu completá-la. Sem prioridade, tratou de ir para perto da pedra. Taj se afastou do pico. Ficou mais para o lado esquerdo, perto do inside.

O aussie remou bastante para entrar na primeira onda. Bateu forte numa rabeta, mas a prancha descolou de seus pés. Ganhou um fraco 3,00. Slater acrescentou um 5,27 e ampliou a liderança. Com a prioridade e precisando de 7,27, o aussie entrou numa onda do americano mais para evitar que ele ganhasse uma nota boa.

Slater desperdiçou a prioridade ao cair em uma onda fraca, e Taj entrou a toda na que vinha atrás, mas ela fechou, e ele teve de tentar um floater para escapar. Foi em outra, sua sétima onda, porém novamente caiu. Para quem, pouco antes, tinha tirado 9,23 e 8,33 contra Smith, um mero 7,27 parecia uma missão impossível. Nervoso, Taj só conseguiu reagir a quatro minutos do fim. Foi rasgando uma direita e ficou à espera da nota.

O americano foi na que vinha atrás. Ao perceber que ela não renderia muita coisa, correu para o outside. Desconfiado do que poderia acontecer, deu o troco em seguida. Era o último minuto. As notas demoraram a sair. Um 7,17 para o australiano; Taj pôs as mãos na cabeça; Slater ergueu os braços, comemorando: 11,20 a 10,17.

Final:
Kelly Slater (EUA) 11,20 x 10,17 Taj Burrow (AUS)

Semifinais:
1. Kelly Slater (EUA) 16,77 x 8,20 Tiago Pires (POR)
2. Taj Burrow (AUS) 17,56 x 11,40 Jordy Smith (AFS)
Quartas de final:
1. Kelly Slater (EUA) 15,40 x 9,06 Dusty Payne (HAV)
2. Tiago Pires (POR) 14,64 x 14,40 Matt Wilkinson (AUS)
3. Taj Burrow (AUS) 17,30 x 11,60 Brett Simpson (EUA)
4. Jordy Smith (AFS) 13,03 x 9,95 Alejo Muniz (BRA)
surfe kelly slater gold coast 2011 (Foto: Divulgação asp)
Slater faz a manobra na decisão contra Taj: mais um título na carreira (Foto: Divulgação asp)

surfe kelly slater gold coast 2011 (Foto: Divulgação asp)
Slater é carregado pela torcida após o título
na Gold Coast (Foto: Divulgação asp)


Surfe Taj Burrow quartas Gold Coast (Foto: Divulgação/ASP)
Taj se desdobra em Snapper (Foto: ASP)


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