quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Copom não sofre pressão política, diz Mantega sobre queda da Selic


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou nesta quinta-feira (1º) que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), tomada na véspera, de reduzir a taxa básica de juros da economia para 12%, tenha sido motivada por pressão política.
Questionado sobre uma possível pressão política sobre o Comitê, o ministro afirmou que "isso é bobagem. O Copom não sofre nenhuma pressão politica. Ele tem autonomia, julga o cenário e toma decisões", afirmou. Segundo Mantega, a decisão foi muito positiva. "E o que vale é a avaliação deles. É melhor esperar a ata do copom que eles explicam aquilo (a redução da Selic) que foi feito".
Na noite de quarta, em meio às turbulências nos mercados internacionais, fruto da nova etapa da crise financeira, o Copom, do Banco Central (BC), colegiado formado pela diretoria e presidente da autoridade monetária, adotou uma postura agressiva e optou por baixar os juros básicos da economia de 12,50% para 12% ao ano.
Trata-se da primeira queda desde julho de 2009. O Copom vinha subindo os juros desde janeiro deste ano. Foram cinco reuniões consecutivas de elevação. A decisão surpreendeu o mercado financeiro, cuja estimativa, divulgada por meio de pesquisa feita pelo Banco Central, era de que juros seriam mantidos neste encontro.
Dilma
Mais cedo, em Minas Gerais, a presidente Dilma Rousseff disse acreditar que a decisão do BCesteja relacionada à avaliação da conjuntura internacional.
"O governo federal, desde o governo do presidente Lula, aliás, antes do governo de Lula, optou por uma relação entre o governo e o Banco Central de autonomia. Então, nós olhamos e interpretamos também esses movimentos. Eu acredito que a situação internacional, ela mudou o sentido do que estava acontecendo", afirmou.
Ela disse ainda crer que os movimentos de alta ou baixa dependerão do cenário externo. "Eu acredito que o que ocorrerá é que, dependendo da conjuntura internacional, teremos aumento ou diminuição [da taxa de juros]. Não dá para saber de forma antecipada, prever. O fato é que o governo federal, em relação à taxa de juros, ninguém sabe o que vai acontecer. Se crise intensificar, é um cenário. Se banco quebrar, é outro. Se houver restrição de crédito, é outro cenário. (...) O Copom responde pelo Copom. Eu respondo pelo governo."
Redução
Antes da reunião do Copom, membros do governo vinham indicando que esperavam uma redução na taxa, após a decisão, anunciada na segunda-feira, de aumentar a meta de superávit primário do setor público para este ano em R$ 10 bilhões.
"Estamos torcendo para que, nesta semana, o Copom balize os juros de maneira adequada. O esforço fiscal visa criar condições para, se não agora [na reunião do Copom desta semana], em um futuro muito próximo, comece a reduzir [os juros]", afirmara, na terça, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel. 
Também citando a decisão de aumentar a meta de economia do governo, Mantega afirmara que ela "abre espaço para que haja uma queda da taxa de juros, quando o Banco Central entender que é possível. É claro que isso não significa descuidar da inflação. A inflação é uma preocupação permanente do governo”, declarou.
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