Na mesa do gabinete de Itamar, fotos dos netos do ex-presidente (Foto: Robson Bonin/G1) |
Os pertences do ex-presidente Itamar Franco ainda estão em seu gabinete no Senado. Na mesa, permanecem os retratos dos netos Stephen e Gabriela, que moram nos Estados Unidos com uma das filhas de Itamar. Logo atrás da cadeira, as bandeiras de Minas Gerais, do Brasil e de Juiz de Fora. O amor por Minas também é demonstrado por meio dos quadros pendurados nas paredes, com paisagens de cidades históricas mineiras.
Itamar faleceu no último sábado (2), em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), após passar pouco mais de um mês internado para combater a leucemia e uma pneumonia aguda.
Na tarde desta segunda (4), o G1 visitou o gabinete do senador. Em breve, os papéis, as fotos, os quadros e tudo que pertenceu ao senador e ex-presidente devem começar a ser guardados para abrir espaço ao suplente de Itamar, Zezé Perrella (PDT-MG), que deve tomar posse nos próximos dias.
Enquanto Itamar era cremado na cidade mineira de Contagem na segunda, a mesa do gabinete ainda preservava documentos assinados, um discurso em que Itamar criticava a inclusão de “jabutis” nas medidas provisórias, um livro ainda embrulhado no papel de presente e outras publicações relacionadas à atividade parlamentar: o regimento do Senado, a Constituição e uma reimpressão do Senado do livro “O moderno Príncipe, Maquiavel revisitado".
Quando chegava ao Congresso, segundo assessores, Itamar só se dedicava aos afazeres de parlamentar após apertar a mão de cada assessor que encontrava pelo caminho. Não gostava do ar-condicionado e ficava mal-humorado com o desperdício de dinheiro público, tanto que recusava utilizar a verba de gabinete e evitava o carro oficial. Fazia o percurso do apartamento até o Congresso com o próprio carro, um modelo antigo do Honda Civic dirigido pelo motorista da Casa.
Rigoroso com os horários, queixava-se do atraso no começo das sessões e raramente entrava no cafezinho do Senado porque achava o lugar muito frio. Também reclamava com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sobre o frio no plenário.
Animado com a atividade parlamentar, chegava ao Senado 14h e saía 21h. Recusava títulos. Quando chamado de senador, corrigia: “Senador, não. Itamar", contam assessores.
Quando não estava no Senado, trabalhava em casa, onde tinha a companhia de Dona Raimunda, fiel governanta que o acompanhava há mais de três décadas. Costumava ficar lendo até tarde da noite. Levantava cedo para caminhar. Comia pouco, bebia pouco café e assistia sempre que tinha chance aos jogos do Atlético Mineiro na televisão.
Trabalho parlamentar
Nos cinco meses de mandato cumpridos, antes do afastamento para tratar da leucemia, Itamar Franco apresentou 16 proposições, entre projetos de decreto, projetos de lei e requerimentos.
Nos cinco meses de mandato cumpridos, antes do afastamento para tratar da leucemia, Itamar Franco apresentou 16 proposições, entre projetos de decreto, projetos de lei e requerimentos.
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