RIO - Técnicos da Light isolaram uma área ao redor de um bueiro na esquina das ruas Dias da Rocha e Barata Ribeiro, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, cuja tampa voou por volta das 12h desta terça-feira. De acordo com moradores da região, que passavam pelo local na hora do incidente, uma fumaça foi vista, e alguns prédios próximos teriam sofrido um pico de luz. Ninguém ficou ferido. A concessionária ainda não informou os motivos do acidente.
Na Rua da Assembleia, no Centro, onde quatro bueiros explodiram na tarde de segunda-feira, os técnicos da Light, da CEG e peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) continuam trabalhando. Eles encontraram um vazamento de gás em um dos bueiros que já tinha sido vistoriado mais cedo. Por isso, o trecho entre a Avenida Rio Branco e a Rua Uruguaiana, que seria liberado às 13h, não tem mais previsão para ser reaberto ao trânsito. Mais cedo, após o fim da vistoria, técnicos disseram que não haviam encontrado problema na rede elétrica e nem vazamento de gás nas quatro câmaras subterrâneas, que explodiram na via , na tarde desta segunda-feira, deixando duas pessoas feridas. O laudo do ICCE só ficará pronto em 30 dias.
Além da prefeitura, que já informou que expedirá multa contra a Light por danos ao patrimônio público e interrupção de vias públicas, o Procon-RJ também vai multar a Light pela explosão dos quatro bueiros na Rua da Assembleia, no Centro. De acordo com o coordenador do órgão, Carlos Alberto Cacau de Brito, foi determinada nesta terça-feira uma notificação à Light, que, segundo ele, vai gerar uma multa de cerca de R$ 6,4 milhões à concessionária, argumentando forma inadequada e prejudicial da prestação dos serviços à população.
- Vamos notificar a Light esta tarde. E a partir de agora, a cada bueiro que explodir na cidade, vamos multar a empresa novamente - diz o coordenador.
No início de junho, após explosões em câmaras subterrâneas em Copacabana, o Procon-RJ já havia multado a Light em R$ 6.405.600. A multa está sendo analisada na segunda instância administrativa do órgão. Na primeira instância, o Procon-RJ considerou os argumentos da Light insuficientes para evitar a multa.
O acidente levou a direção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a convocar, em caráter extraordinário, a direção da empresa carioca para uma reunião na sede da autarquia reguladora, em Brasília, às 17h desta terça-feira. De acordo com a Aneel, o encontro para cobrar explicações será presidido pelo diretor-geral da entidade, Nelson Hubner.
A Light informou que está investigando a frequência anormal de ocorrências no sistema subterrâneo. Conforme noticiou Ancelmo Gois, em sua coluna em O GLOBO, a elétrica contratou uma empresa de segurança para investigar possível sabotagem na explosões em série de bueiros no Rio. A desconfiança recai sobre pessoas ou empresas terceirizadas afastadas da concessionária.
As duas vítimas da explosão no Centro, identificados como Antônio Santino Leite, de 44 anos, e Hugo José Viana, de 25, foram socorridos por bombeiros e levadas para o Hospital Municipal Souza Aguiar. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, os dois pacientes foram liberados ainda na terça-feira após passarem por exames. De acordo com a Light, assistentes sociais estão prestando assistência às vítimas.
Na semana passada, em reunião dos promotores Rodrigo Terra e Pedro Rubim com representantes da Light, o Ministério Público do Rio rejeitou a proposta de um novo Termo de Ajustamento de Conduta apresentada pela concessionária . A Light se comprometeu a pagar multa de R$ 100 mil em caso de morte ou lesão corporal (grave ou gravíssima), ocasionadas por explosões de bueiros. O MP entende que a multa também deva ser aplicada em casos de dano ao patrimônio público ou privado.
Os representantes da Light concordaram em submeter as considerações dos promotores de Justiça à direção da empresa, para aprovação. A concessionária tem até a próxima quarta-feira para apresentar uma nova proposta.
Na última sexta-feira, por volta das 8h, um bueiro soltou fumaça na Rua México, em frente ao centro administrativo do governo do estado, no Centro do Rio . Técnicos da Light estiveram no local. Segundo a empresa, foi detectada a presença de água na galeria, o que provocou a saída de vapor. Os trabalhos de reparo já foram concluídos, e não foi preciso acionar os bombeiros.
Na terça, chamas que saíram de uma câmara assustaram moradores e pedestres que passavam pela Rua Senador Vergueiro, no Flamengo, na Zona Sul do Rio . Um telefone público foi queimado e os bairros de Laranjeiras e Botafogo, além do Flamengo, ficaram sem luz.
O caso mais grave registrado por explosão de bueiro no Rio deixou dois turistas americanos feridos em Copacabana . A estudante Sara Nicole Lowry, de 28 anos, teve 80% do corpo queimados e passou quase dois meses hospitalizada. Já o marido dela, David McLaugheim, teve queimaduras em 35% do corpo. Segundo testemunhas, Sara foi arremessada a uma distância de cerca de oito metros pela força do estouro.
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