O Fluminense definiu na manhã desta segunda-feira os últimos detalhes da rescisão de contrato do atacante Emerson. O distrato em comum acordo entre as partes já estava alinhavado desde o fim da última semana, mas ainda precisava da assinatura do presidente tricolor Peter Siemsen. Contratado em junho de 2010, o Sheik disputou 20 jogos e marcou nove gols pelo clube das Laranjeiras, entre eles o que garantiu o tricampeonato brasileiro em 2010.
Se mandasse o jogador embora por justa causa, o Fluminense poderia ser obrigado a pagar na justiça pela rescisão de contrato. O valor seria correspondente a metade do que Emerson teria a receber até o fim do compromisso, previsto para dezembro de 2012. Como o Tricolor arca com 20% do salário do atleta, o clube corria o risco de ter de pagar cerca de R$ 700 mil.
A intenção da diretoria era negociar o jogador com outro clube, em uma transação até mesmo envolvendo outros jogadores. O clube esperou, mas não recebeu nenhuma proposta oficial. A rescisão em comum acordo, além de evitar prejuízos ao clube e tirar Emerson da folha salarial, ainda evita problemas com o empresário do atacante, Reinaldo Pitta, que agencia outros atletas do elenco tricolor, como Tartá, Matheus Carvalho e Julio Cesar.
- A rescisão está confirmada. Houve uma incompatibilidade entre as partes, mas foram problemas internos e não cabe a mim falar sobre isso. Conversamos com o Pitta, que tem um ótimo relacionamento com o clube. Havia outras possibilidades como troca, empréstimo, mas nenhum clube nos procurou oficialmente. Por isso decidimos pela rescisão em comum acordo. Ele segue seu caminho e nós seguimos o nosso. Não posso falar sobre o futuro do clube, mas, enquanto a atual diretoria estiver no comando, ele não veste mais a camisa do Fluminense - garantiu o assessor da presidência tricolor no futebol, Mário Bittencourt.
Com a saída de Emerson, o Fluminense agora busca um atacante de velocidade para reforçar o time na disputa do Campeonato Brasileiro. Atualmente, o grupo conta com cinco jogadores de frente: Fred, Rafael Moura, Araújo, Rodriguinho e Matheus Carvalho.
Entenda o caso:
Após ato de indisciplina na concentração há duas semanas, em Buenos Aires, onde o Flu iria enfrentar o Argentino Juniors, pela Taça Libertadores, Emerson foi afastado do elenco e retornou ao Brasil imediatamente. O Sheik também ficou fora da partida semifinal da Taça Rio, diante do Flamengo. A gota d´água para a decisão teria sido o fato de o jogador ter cantado a música do “Bonde do Mengão Sem Freio” no ônibus tricolor após o último treinamento antes da partida na capital argentina.
Herói do título do Brasileirão em 2010, com o gol decisivo na vitória por 1 a 0 sobre o Guarani, na última rodada, dia 5 de dezembro, no Engenhão, o atacante viveu uma temporada nada agradável. Ausente da maioria dos jogos do Flu na temporada, ele entrou em campo somente em nove oportunidades e marcou apenas um gol.
Ainda na pré-temporada, Emerson voltou a sentir uma lesão no tornozelo esquerdo, a mesma que o afligiu na reta final do Brasileirão. As atuações abaixo da média no retorno, porém, culminaram com a barração na partida diante do Nova Iguaçu, em 17 de abril, quando entrou em campo apenas na segunda etapa. No mesmo dia, fez um comentário misterioso, mas que deixava clara a insatisfação, através do Twitter.
- Agora o circo está completo.
Este não foi o primeiro ato de indisciplina do jogador no ano. Antes da partida diante do América do México fora de casa, ele teve a data marcada para tirar o visto mexicano e não compareceu ao consulado. Na sexta-feira que antecedeu o jogo em Buenos Aires, Sheik voltou a aprontar ao não comparecer ao treinamento. Além disso, não aceitou as orientações da assessoria de imprensa a Souza após a polêmica twitcam realizada em Montevidéu, há duas semanas, antes da partida contra o Nacional. Também na capital uruguaia, para onde ele cogitou sequer viajar, objetos foram quebrados em seu quarto.
Recentemente, o atacante foi excluído da lista de jogadores inscritos pelo Fluminense na Libertadores. O volante Diogo herdou a camisa 10. Dias depois, foi a vez de Abel Braga, atual técnico do Al Jazira-EAU e futuro comandante do Tricolor, declarar que esperava contar com Emerson. O apelo, no entanto, não foi suficiente para mudar o pensamento da diretoria tricolor.
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