quinta-feira, 14 de julho de 2011

Antes mesmo da estreia, Erick Silva colhe frutos da presença no UFC Rio

Erick Silva mma ufc (Foto: Adriano Albuquerque/SporTV.com)
Erick Silva vem treinando no Rio de
Janeiro há um mês (Foto: Adriano
Albuquerque/SporTV.com)

A vida do lutador Erick Silva mudou completamente desde 25 de maio, quando foi anunciada oficialmente sua participação noUFC 134, ou UFC Rio. Antes mesmo da realização do evento, em 27 de agosto, o capixaba de 26 anos já colhe os frutos de estar associado à principal organização de MMA do mundo. Erick assinou novos contratos de patrocínio, pôde trazer a família para o Rio de Janeiro e treina agora com os ídolos Anderson Silva e Rodrigo "Minotauro" Nogueira. Nada mal para quem estava se desdobrando em dois empregos e pensando em abandonar o esporte há cerca de cinco anos.
- Antes de lutar, já mudou muita coisa, mas é só o começo. Tenho que treinar para continuar crescendo. Se eu conseguir vitórias, vou fechando patrocínios ainda melhores e crescendo no esporte - explica o lutador, que estreia no UFC no evento carioca, contra o americano Mike Swick.
As mudanças na vida de Erick começaram em 2008, quando impressionou o empresário Alex Davis em um treino na sua academia no Espírito Santo. Agente dos irmãos Nogueira, Davis levou o jovem lutador capixaba à academia da equipe Team Nogueira para um teste, sem compromissos. Sob os olhares de nomes consagrados do mundo das lutas como Rogério "Minotouro", Amaury Bitetti e o hoje falecido mestre Luiz Alves, Erick cansou no primeiro treino, mas deixou boa impressão e foi convidado a voltar mais vezes.
No começo, o capixaba ainda passava a maior parte do tempo em Vila Velha e ia para o Rio de Janeiro treinar com o Team Nogueira apenas um mês antes de suas lutas pelo Jungle Fight, um dos principais eventos de MMA do país. Na capital fluminense, se hospedava na casa de Rafael "Feijão" Cavalcante, ex-campeão dos meio-pesados no Strikeforce. Conforme foi acumulando vitórias, Erick começou a ficar mais tempo no Rio, até surgir sua oportunidade no UFC. O presidente da organização, Dana White, prometeu a Wallid Ismail, ex-lutador e presidente do Jungle Fight, que os campeões do evento nacional receberiam chances na promoção americana.
O primeiro a se beneficiar foi o peso leve Yuri Alcântara, vencedor do Jungle Fight 22, que foi levado para o WEC, evento absorvido pelo UFC no ano passado, e fará sua primeira luta oficial pela organização também no Rio, contra o canadense Antonio Carvalho. Erick Silva venceu duas lutas na mesma noite no Jungle Fight 23, em 30 de outubro de 2010, para se sagrar campeão dos pesos meio-médios e carimbar sua passagem ao UFC. Com a assinatura do contrato, vieram novos patrocínios, pedidos de entrevista, diversos fãs nas redes sociais, a ampliação de sua academia em Vila Velha e, mais importante, sua mudança em definitivo para o Rio, há um mês, junto à esposa Letícia e ao filho Kalléu, de apenas um ano de idade.
- Agora está mais tranquilo, chego em casa e já tenho almoço. Antes, chegava da academia cansado e tinha que preparar comida, arrumar a casa... O conforto da casa não tem igual, e para mim está sendo primordial eles estarem aqui - diz Erick.
Dificuldades no início e luta 'molhada'
Erick Silva treina com Anderson Silva na X-Gym (Foto: Adriano Albuquerque/SporTV.com)
Erick pratica o jogo de chão com
Anderson Silva, de quem virou amigo
(Foto: Adriano Albuquerque)
Cenário bem diferente do que encarava ao final de 2006, quando pensava em abandonar a carreira no MMA após somente quatro lutas. Atuando somente em pequenos eventos no Espírito Santo, com premiações bem mais humildes que o UFC, Erick vinha se desdobrando como professor de jiu-jitsu e vendedor de material de construção, com pouco tempo para treinar. O capixaba aceitou lutar no Superfight Vitória, em dezembro daquele ano, em outra categoria, peso pesado, para reforçar sua renda. Acabou sofrendo sua primeira e única derrota na carreira, para Mário Neto por decisão unânime.
Desde então, foram oito vitórias em nove lutas - a única que não venceu foi um combate sem resultado, no Jungle Fight 17, em que aplicou uma joelhada ilegal contra Henrique Oliveira. O evento foi disputado em Vila Velha ao céu aberto, sob chuva. Hoje, Erick admite que não queria lutar naquelas condições.
- Eu tinha me preparado bastante para essa luta, pois queria mostrar pro pessoal que eu tinha dado a volta por cima. O dia começou com sol, mas o tempo virou à tarde e começou a chover, O Wallid veio falar conosco, disse que o evento seria televisionado ao vivo, e cada atleta foi aceitando, não seria eu que ia dizer não...
O capixaba começou a carreira no MMA em 2005, inspirado em Minotauro. Lutador de jiu-jitsu desde 2001, Erick havia acabado de chegar à faixa roxa no esporte quando surgiu a chance de lutar no Guarafight 1, em Guarapari. Ao ver o sucesso do ídolo, cuja principal arte marcial sempre foi o jiu-jitsu, o capixaba decidiu arriscar e saiu campeão.
- Eu só tinha jiu-jitsu, não sabia nem dar um soco, nunca me meti nem em briga de rua. O adversário era do Muay Thai, ele me deu joelhada, soco, nunca apanhei tanto! Mas consegui derrubá-lo no segundo round e dei um mata-leão. Mas aí senti que precisava do soco. Quando me chamaram pro Guarafight 2, eu queria ganhar de novo, então comecei no Muay Thai - explica.
Deu resultado: sua segunda luta foi uma vitória por nocaute, com um soco. Erick passou a praticar mais Muay Thai e Boxe, ao ponto que atualmente prefere lutar de pé a levar o combate para o chão. Recentemente, se tornou sparring de Anderson Silva, que virou amigo e conselheiro. O "Spider" lhe ensinou inclusive o chute frontal que derrubou Vitor Belfort.
- Ele é tranquilo, bastante paciente. Ele ensina as técnicas e a gente coloca um pouco do nosso jeito, nunca cobra que façamos iguais. Não é uma receita de bolo. Isso dá mais confiança para criar alguma coisa na hora da luta - explica.
Não significa que veremos mais um brasileiro desferindo o chute mortal; Erick não abre muito o jogo sobre sua estratégia contra Mike Swick, dizendo apenas que vai buscar o nocaute. O capixaba pensa apenas em corresponder às expectativas da torcida nacional e vencer em sua estreia.
- Estou bastante confiante. Treinar no Team Nogueira me dá bastante confiança. Eu sempre lutei por essa pressão (de lutar no UFC). Vai ser tudo nas condições ideais, estou sabendo da luta com três meses de antecedência e treinando muito forte há um mês, todos os dias. A torcida vem me mandando força pelo Twitter e pelo Facebook, e isso só me motiva mais a sair com a vitória - promete Erick Silva.
Fonte:

Combate (SporTV)

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