sexta-feira, 6 de maio de 2011

Cortamos a cabeça da Al Qaeda, diz Obama ao condecorar militares


Após condecorar os Seals, força de elite da Marinha americanaque matou Osama bin Laden, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que o país "cortou a cabeça da Al Qaeda" e que vai continuar na luta até derrotar a rede terrorista.


Obama viajou nesta sexta-feira a uma base militar para agradecer às forças especiais envolvidas na operação que matou Bin Laden. O encontro --ocorrido um dia depois de o presidente visitar bombeiros e policiais nova-iorquinos que atuaram durante o 11 de setembro e pagar tributo aos mortos no Marco Zero-- foi no quartel Fort Cambpell, no Kentucky.



"Vim aqui dizer obrigado, em nome da América. Esta foi uma semana histórica para a nossa nação. Graças às incríveis habilidades e coragem de diversas equipes, conseguimos destruir a ameaça [do terrorismo]", disse o presidente, cinco dias depois de uma operação que elevou sua popularidade e rendeu elogios até de republicanos.


"Ontem fui a Nova York (...) e hoje aqui em Fort Campbell tive o privilégio de conhecer aquelas que executaram nossa promessa [de vingar os atentados de 11 de setembro]. Disse a eles 'missão cumprida, missão cumprida'".


O presidente disse que os Seals são os "profissionais silenciosos da América", que "treinaram durante anos e praticaram incansavelmente para esta missão".


"Quando eu lhes dei a ordem, eles estavam prontos. O mundo pôde ver o quão prontos eles estavam", acrescentou.


ELOGIOS AO EXÉRCITO
Obama disse aos jovens soldados na plateia que os EUA têm o "melhor Exército do mundo". "[Os elogios aos Seals] servem também para vocês, membros do melhor Exército que o mundo já conheceu", disse o presidente.


Ele aproveitou ainda para mandar uma mensagem aos milhares de soldados atualmente no Afeganistão.



"Vocês não estão sozinhos. Seu país precisa de vocês, o que vocês vêm fazendo durante todos esses anos também ajudou muito", disse.


Diante de centenas de jovens militares, Obama relembrou os milhares que já morreram em combate e enalteceu o poderio bélico dos EUA durante o século 20.


De forma entusiasmada e por certas vezes eufórica, relembrou a liberação dos campos de concentração nazistas e a atuação do país em outras crises.


POLÊMICA OPERAÇÃO
A visita ocorre em um momento em que a operação que matou Bin Laden está cada vez mais cercada por dúvidas, questionamentos e mudanças nas versões oficiais. O presidente foi recebido na pista de pouso por comandantes militares como o vice-almirante William McRaven, chefe dos Seals, responsáveis pela invasão da casa do terrorista no Paquistão.


Para receber o presidente, os soldados -- alguns recém-chegados do Afeganistão -- se reuniram num hangar cheio de bandeiras norte-americanas, com uma banda tocando rock. Um gigantesco cartaz pendurado em uma parede dizia: "Trabalho bem cumprido!".



No entanto, para proteger a natureza sigilosa da atividade dessa força, o encontro foi reservado. Os jornalistas que acompanham Obama na viagem não puderam ver nem mesmo o exterior do centro militar e o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse apenas que o presidente iria se reunir com "alguns operadores especiais" envolvidos na ação do Paquistão.


POPULARIDADE
Pesquisas mostram que a aprovação popular a Obama voltou a superar 50% depois da morte de Bin Laden, mas analistas dizem que esse impulso pode não durar até a eleição de 2012, quando ele disputará um novo mandato.


Por essa avaliação, o eleitorado estaria mais preocupado em questões econômicas --como o desemprego e o preço da gasolina-- ainda que Obama tenha agora mais argumentos para rebater a acusação dos republicanos de que os democratas são fracos em questões de segurança nacional.


De acordo com o instituto Gallup, que produziu uma pesquisa divulgada ontem (5), nos três dias anteriores à operação a taxa de aprovação de Obama ficou na média de 46%. Durante os três dias após a morte do chefe da rede terrorista Al Qaeda, no entanto, a aprovação do presidente subiu seis pontos percentuais, mantendo-se na média de 52%.



No entanto, o aumento de Obama é muito inferior ao maior "salto" de popularidade já registrado pelo instituto, que ocorreu logo após o 11 de setembro de 2001, quando a taxa de aprovação do ex-presidente George W. Bush subiu em 35%.


O aumento na taxa de aprovação é um padrão que se repete há décadas na história dos EUA após grandes crises internacionais.


Analistas do Gallup dizem que a tendência é que estes "saltos de popularidade" se dissipem no espaço de uma a quatro semanas, e que o desafio para Obama é manter a nova taxa de aprovação de seu governo.


Na base de Fort Campbell, no Kentucky, Obama agradeceu pelo empenho dos militares dos Estados Unidos


Sem poupar elogios, Obama disse aos soldados que os EUA têm o "melhor Exército que o mundo já conheceu"


Clique e veja as diferentes versões apresentadas pelos Estados Unidos para a operação militar que matou Osama bin Laden






Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/912406-cortamos-a-cabeca-da-al-qaeda-diz-obama-ao-condecorar-militares.shtml




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