A ex-editora-executiva do grupo News Corp Rebekah Brooks admitiu nesta terça-feira (19), em depoimento a uma comissão do Parlamento britânico, que o tabloide “News of the World” contratou detetives particulares para obtenção de informações exclusivas durante sua gestão e sugeriu que esta é uma prática comum na imprensa do país.
“O ‘News of the World’ contratou detetives particulares como muitos jornais da Fleet Street”, disse Rebekah em referência à rua que tradicionalmente abriga grandes grupos de mídia em Londres.
A jornalista afirmou que já não utilizava detetives quando em 2003 passou a dirigir o periódico "The Sun", outro dos tabloides de propriedade do magnata Rupert Murdoch.
Rebekah disse à comissão que a primeira vez que os diretores do News International conheceram a extensão das escutas ilegais do "News of the World", que desencadearam um grave escândalo, foi no final de 2010, quando atuaram "com prontidão e de forma decisiva".
Brooks compareceu nesta terça-feira no Comitê de Meios de Comunicação da Câmara dos Comuns britânica logo após a conclusão do depoimento de seu ex-chefe Rupert Murdoch, presidente da News Corporation, que pediu desculpas e declarou se sentir envergonhado pelas escutas telefônicas do tabloide.
A jornalista, que permaneceu detida por nove horas no último domingo pela polícia, também se desculpou pelas escutas do "News of the World', que dirigiu de 2002 a janeiro de 2003, quando foi grampeado o celular de uma menina assassinada.
O que ocorreu no jornal foi "terrível e espantoso", disse diante de um comitê sem público devido à tentativa de agressão ocorrida minutos antes contra Murdoch, sem consequências.
Rebekah, de 43 anos, foi detida no domingo pela Polícia sob a suspeita de aprovar escutas ilegais e pagar subornos a policiais para obter informações exclusivas para o 'News of the World'.
Em seu depoimento, Murdoch defendeu Rebekah, considerada seu braço direito no Reino Unido, e disse que confiava nela e que segue confiando.
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