O grupo de hackers LulzSec Brazil divulgou na internet nesta quinta-feira (23) arquivos com supostos dados da presidente Dilma Rousseff, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do ministro da Educação, Fernando Haddad, e do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Também foram publicados arquivos com supostos dados do diretor-superintendente do Serpro, Gilberto Paganotto, e dois arquivos relacionados a supostos e-mails de funcionários da Petrobras e do Ministério do Esporte.
Algumas das informações divulgadas sobre os políticos são públicas e constam em prestações de contas de campanhas eleitorais, e foram enviadas ao LulzSec Brasil pelo Twitter por um usuário cadastrado na rede de microblogs na quarta-feira.
Ao G1, o pirata virtual afirmou que mora na Itália e disse que os dados vazados teriam sido divulgados com a ajuda de funcionários do próprio governo. Ele alega que o grupo LulzSec Brasil teria "pessoas infiltradas no governo", que facilitariam o acesso dos hackers aos computadores do governo por meio das chamadas redes privadas virtuais (VPN, na sigla em inglês).
O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) afirma que nenhum dado sigiloso foi acessado pelo grupo nos ataques de quarta.
Os arquivos divulgados pelo LulzSec Brasil mostram supostas informações de Dilma e Kassab como números do CPF e PIS, data de nascimento, telefones, escolaridade e e-mails (apenas de Kassab).
No caso de Dilma, a Petrobras aparece como empresa a que ela está relacionada, inclusive com um número de CNPJ.
Em seu perfil no Twitter, Kassab postou três mensagens nas quais lamentou a ação. "Lamentável a ação de hackers que invadem a privacidade e causam problemas às pessoas", escreveu pouco depois das 11h. A assessoria da prefeitura confirmou a veracidade de alguns dos dados divulgados.
O link com supostas informações de Haddad inclui CPF, telefones e endereço. Além disso, foram publicados uma data de nascimento, escolaridade, nome da mãe e signo. Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa do MEC afirmou que Haddad não iria comentar o assunto.
A assessoria de imprensa do Ministério do Esporte informou que, devido ao suposto vazamento de dados feito por hackers, o site do ministério seria retirado do ar na tarde desta quinta para que seja feita uma varredura. Segundo a assessoria, o procedimento é padrão para o trabalho de rastreamento. Já a assessoria da Petrobras afirmou que os problemas que tiraram a página da empresa do ar na quarta-feira foram causados por uma instabilidade na rede. Hackers afirmam ter atacado os servidores da companhia.
Ataques na quartaO ataque hacker às páginas da Presidência da República, Portal Brasil e da Receita na madrugada de quarta foi o maior já sofrido pela rede de computadores do governo brasileiro. De acordo com o Serpro, o ataque – que não causou danos às informações disponíveis nas páginas – partiu de servidores localizados na Itália.
Para derrubar os sites, os hackers utilizaram sistemas que faziam múltiplas tentativas de acesso ao mesmo tempo, técnica batizada de “negação de serviço” e conhecida pelas iniciais em inglês DDoS (Distributed Denial of Service). O objetivo dessa ação é tornar o serviço indisponível.
A ação foi reivindicada pelo grupo LulzSecBrazil, que teria ligações com o LulzSec, responsável por ataques recentes a empresas de videogame como Sony e Nintendo, às redes de televisão americanas Fox e PBS e a órgãos governamentais americanos como a CIA (agência de inteligência americana) e o FBI (polícia federal), além do serviço público de saúde britânico, o NHS.
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