terça-feira, 3 de maio de 2011

Sheik sem freio: atacante distribui críticas na saída do Fluminense


Emerson avisou antes da entrevista: “Estou com o freio soltíssimo, totalmente sem freio”. E cada resposta confirmou que, depois de quase duas semanas em silêncio à espera da rescisão com o Fluminense, o atacante saiu do ponto morto para a aceleração máxima.
Em mais de uma hora de entrevista na sala de seu apartamento, o jogador, de 31 anos, não fugiu das perguntas mais embaraçosas: confirmou que cantou o hit rubro-negro no ônibus do Fluminense, revelou que havia jogador que usava a camisa do Flamengo na concentração tricolor, e, mesmo sem citar o nome, deu a entender que Fred tem influência nas decisões do técnico Enderson Moreira.
Autor do gol do título brasileiro do Flu em 2010, ele disse que abriu mão de uma grande quantia - estima-se que R$ 5 milhões – ao sair e que desta forma o clube poderá reformar os vestiários e espantar os bichos, alusão à presença de ratos alardeada por Muricy Ramalho. O futuro ainda é incerto, mas ele confirma que um dos clubes que o procuraram foi o Vasco. Santos e Corinthians são outras opções.
Confira a entrevista completa:
Você cantou o bonde do Mengão sem freio? 
Cantei, mas não cantei sozinho. Outros atletas também cantaram, mas como diz o ditado só eu "levei" (paguei) o pato.
Mas como soube da notícia de que estava afastado do jogo contra o Argentinos Juniors? 
Estava descansando, concentradíssimo para o jogo e bateram no meu quarto. Era o supervisor Rodrigo (Henriques), que eu respeito muito, falando que o presidente e o Mário Bittencourt queriam ter uma reunião comigo no quarto da presidência no hotel. Cheguei ao quarto, e eles me disseram que eu não participaria do jogo e da partida seguinte, que seria contra o Flamengo
Você não perguntou por que foi o único punido se outros cantaram?
Estávamos cantando várias músicas e era aleatório. Caiu na música que fala do Flamengo e eu cantei, assim como outros atletas também. Eu perguntei: por que só eu? Se fosse fazer alguma coisa teria que ser com todos. Ele deu uma resposta vaga e aconteceu tudo isso.
Pode falar qual foi essa resposta? 
Era uma opinião dele e do presidente e aquilo deveria ser acatado. Essa foi a resposta.

Acha que merecia um pouco mais de carinho depois do gol histórico do título?
O Fluminense demorou 26 anos para conseguir um título importante e eu participei. Tive a felicidade de marcar o gol do título e que fica na história. Mas quatro meses depois fui afastado de uma maneira grosseira, mal-educada. Não merecia isso. Da maneira que foi feito ficou muito feio. Saí escondido do hotel, me pediram para sair por trás. Isso me deixou muito triste.
Você considera que errou ao ter cantado a música do rival? 
Estava cantando uma música que todos cantam. Vascaínos, botafoguenses, todo mundo. É um hit. Está nas paradas. Reconheço que naquele momento não era legal, mas ser tratado da maneira que eu fui também não é legal. Poderiam sentar, conversar e colocar que não agradou.

E os jogadores? Tentaram mantê-lo no grupo? 
Momentos antes da partida, quando saí do quarto do presidente, havia dez, 12 jogadores no meu. Surgiu a possibilidade de nem jogarem. Naturalmente fui contra porque era problema particular meu. Disse que estava em jogo a carreira deles e por trás havia milhões de torcedores esperando a vitória. Ainda bem que o pessoal foi para o jogo, ganhou (4 a 2 e conseguiu a vaga nas oitavas da Libertadores), mas existiu naquele momento uma manifestação de 80% dos jogadores que estavam ali, me respeitam e sabem a pessoa que eu sou. O jogo era 21h50m e fui chamado no quarto às 18h. Foi lamentável.

Algum jogador do Fluminense o decepcionou muito? 
Muito, muito. Ao contrário do que fizeram comigo eu não vou jogar o torcedor contra o atleta. Isso eu não vou fazer porque não acho legal. Fizeram comigo, estou sendo xingado, mas tenho a consciência tranquila. Errei, cheguei atrasado a dois treinos, podia ter evitado essa música.. mas uma coisa é certa: no futebol você faz uma coisa aqui e está todo mundo sabendo. Jogador que gosta de conversar com diretor, ir para quarto de treinador, esse sim vou fazer questão de falar para todos os colegas: é mau caráter, sem vergonha. Não vou dizer o nome na câmera, mas os colegas de profissão vão saber.

O jogador em questão é ídolo?
Ele é ídolo. Agiu errado, não é a primeira vez. Não apenas me desagradou, mas o grupo todo sabe o que ele e mais um ou dois fizeram. Ficou todo mundo decepcionado, mas as pessoas de dentro do futebol vão saber. Não vou me calar. Só não acho bacana chegar aqui e falar nome.
O grupo do Fluminense é dividido?
Na época do Muricy não tinha (divisão) porque ele era firme e não permitia. Mas hoje, com a nova diretoria e com o treinador, que está começando, não tem força e escuta muito as pessoas, acho que tem. Principalmente com a minha saída tem. Com atitudes com outros jogadores. Tem jogador que está sendo afastado porque é meu amigo, me liga, vem à minha casa. Jogador de qualidade, que se pegar o currículo fica difícil entender. Fiquei triste da maneira que fui afastado, triste por saber das reuniões que houve entre técnico e atletas e da forma como o Mário Bittencourt me trataram naquele quarto. Ele me pediu para mentir para o torcedor e isso ninguém sabe, né?
Que mentira? 
Não era para dizer que eu cantei o bonde do Mengão sem freio. A ideia era: fala que teve um problema particular, volta para casa e depois a gente vê. Tudo isso está acontecendo porque falei que não mentiria. Disse que ele estava me afastando porque cantei o trecho de uma música de um rival e sem maldade. Estava há 45 minutos cantando todo tipo de música no ônibus. Elas vinham aleatoriamente. Decidi falar a verdade: se vão me afastar a nota oficial tem que ser verdadeira porque não vou mentir para o torcedor que paga ingresso e canta minha música, mesmo que isso me prejudique. Deito tranquilo e durmo tranquilo. Não participo de mentira.

Esse jogador que está sendo prejudicado você também não quer falar o nome? 
O jogador é o Souza, um cara que bota o currículo ao lado de qualquer um e é sacanagem. Ele é craque, joga muito, dedicado no trabalho, comprometido. Não é justo o que estão fazendo com ele. É triste, feio. Querem falar de profissionalismo comigo, com essa bagunça que está aí? Não, não.

O Enderson Moreira tem autoridade no grupo? Muito se fala que os jogadores escalam o time...
Não tem autoridade nenhuma. Treinador que conversa muito com jogador, dá trela a jogador eu acho que não tem autoridade. Diferente do Abel, que está chegando. Com ele não funciona. Aproveitem porque com o Abel não tem esse negócio de reunião. Com o Muricy nunca teve isso. É triste para o Fluminense que tem uma história bonita e está passando por isso. Souza é só meu amigo. Não tem nada a ver, não precisa passar por isso.

Acha que o Muricy acertou ao abandonar o Fluminense? 

Tem coisas que o torcedor não sabe. Foi prometido ao Muricy alguma coisa, sei pouco, ele cobrou e como não cumpriram decidiu ir embora. Abriu mão do sonho de dirigir a Seleção para continuar no Fluminense porque acreditava nas pessoas, no grupo. É um cara que aprendi muito dentro e fora do campo porque é correto e do bem. Muricy não falou nada demais, só a verdade. Se existe abandono, enfim, ele não trabalha em outro clube. Ele trabalhava no Fluminense e disse o que ele via.

Se o Muricy estivesse no comando você teria saído? 
Não, de jeito algum. Até porque a maneira de conduzir e levar um grupo é outra. Muita experiência, um cara muito vivido. Não caiu de para-quedas, como está acontecendo.

Depois de tudo o que falou dá para torcer pelo Fluminense na Libertadores?
(hesita) Eu, eu torço. Torço porque tem os funcionários do clube que são do bem. Eles precisam e não posso esquecer. Quem me fez mal foi a minoria. Meus amigos... Sei que ninguém vai falar, tampouco acho que vão concordar com o que estou falando. E nem tem que concordar mesmo porque senão vão passar o que eu estou passando. Mas vocês sabem que é verdade. De toda forma, torço para o Fluminense chegar às finais, ser campeão. A competição é difícil e se torna mais difícil quando o caminho é errado. Isso tende a não ter resultado bacana. Você planta goiaba, colhe goiaba. Não colhe manga.
Já teve propostas?
Tenho um mercado mais ou menos lá fora (risos). No mundo árabe tenho um mercado legal. Para minha surpresa, fui procurado por vários clubes brasileiros. Vou analisar, tomar a decisão certa para mais uma vez ter uma passagem vitoriosa.

Pode citar os nomes? 
Não porque a gente tenta manter sigilo, acertar na decisão porque é importante.

Gostaria de voltar ao Flamengo? 
Tive passagem bacana, tenho carinho pelo clube e qualquer jogador gostaria de atuar lá. Estou vendo todas as opções e se disser que quero ir para o Flamengo não é verdade. Não fui procurado pelo Flamengo.

O Vasco te procurou? 
Não sei. (risos)

Procurou...
Tenho amizade com jogadores, trabalhei com alguns membros da comissão. Só.

O que você acha do Fred? 
Bom jogador, bom jogador.

E a pessoa Fred? 
A gente não tem relacionamento de amigo fora de campo. É isso aí.

Parece que você quer falar algo...
Foi divulgado publicamente que fui dispensado porque cantei trecho do bonde do Mengão sem freio. Mas pergunto para a pessoa que colocou a nota o que diriam de um jogador que concentra com a camisa do Flamengo? Ou seja, dentro da concentração do Fluminense indo dormir com a camisa do Flamengo... Esse pode? Esse fica? Esse não está errado? Errado estou eu que cantei o trecho de uma música sem maldade.
Ele fica no saguão com a camisa do Flamengo? 
Não desce para o jantar, mas fica pelos corredores e todo mundo sabe que é verdade.
Sheik coloca outros do Flu no 'bonde do Fla' (Eduardo Peixoto/Globoesporte.com) É titular? 
Ele não está mais no clube. Esse está certo e eu estou errado? O torcedor que me xinga hoje, que canta música vai continuar xingando, mas tem muita coisa que vocês não sabem. Muita. Eu só fui honesto. Isso não precisaria acontecer. Era só eu mentir, como pediram. Falaria que minha mãe estava passando mal, voltaria para o Brasil e rescindiria o contrato. Era simples. Meu gol seria lembrado e eu não receberia mensagem de torcedores xingando a mim e a minha família. Mas vale lembrar também que o Fluminense passa na minha vida e eu não vou passar na vida do Fluminense. O gol que eu fiz vai ficar para sempre. Ninguém tira. Teve gente que ficou com raiva porque eu fiz o gol. Não aceitaram. Não tenho culpa, cara. Estava ali na hora certa, no lugar certo. Vou ter que pagar porque eu fiz o gol também? É triste, mas é vida que segue. Tenho muito a fazer no futebol, vou ser campeão de novo porque minha vida é vitoriosa. Foi só um fato isolado.

Você está emocionado? 
É muito triste saber como fui tratado, saber que colegas dentro de campo se reúnem com treinador, diretoria e deixa triste para caramba porque não é legal. Mas todo mundo sabe que o mundo da bola é fogo: as pessoas vão ficar sabendo.

Tem um pequeno grupo que manda no Fluminense atualmente?
Hoje é praticamente isso. Diretor que conversa com jogador, treinador que chama para conversar no quarto. Não estou acostumado a isso.

E do patrocinador, o que você tem a dizer? 
O lado bom é justamente o patrocinador. Se não me engano está há 13 anos e tem o respeito de todos os grandes atletas que passaram. Ia falar o dia inteiro desse patrocinador porque o presidente (Celso Barros) é completamente do bem, honesto. Alguns jogadores até o chamam de paizão. Ele honra os compromissos e é triste saber que a nova diretoria não quer mais esse patrocinador no clube. Quem perde é exatamente o Fluminense.

O que você acha do Conca? 
Um amor, totalmente do bem. Ele ficou muito triste na minha saída. Emprestou o tênis para eu voltar da Argentina. Ele só manda bem, brincalhão e merece tudo porque é um cara honesto. Só elogios para o Conquinha.

Algo que foi colocado a seu respeito não era verdadeiro?
Cheguei duas vezes atrasado e eu expliquei. Engraçado que no mesmo dia mais dois atletas também chegaram. Só foi noticiado que eu cheguei. Acho que era problema particular.

Qual é sua opinião sobre o assessor da presidência Mário Bittencourt? 

Não gosto dele porque da maneira como ele me tratou e jogou os torcedores contra mim, as ameaças que fez dizendo que eu seria o maior prejudicado. Não tenho motivo algum para gostar dessa pessoa.

A rescisão foi amigável por quê? 
Deixei dinheiro para o Fluminense... Deve ser para a construção do vestiário. Parece que vão construir um vestiário novo, comprar os vasos que estão precisando, matar os bichos que aparecem... Então é uma causa nobre.

Mas parece que ficou mágoa com o clube....
Hoje as portas estão fechadas, mas essas pessoas passam rápido e só ficam as do bem. Não tem nada a ver com a instituição. Torcedor não sabe a verdade e não vai saber porque algumas coisas não posso falar. Querendo ou não o gol é eterno e ninguém vai mudar. Jogador e diretor nenhum vai mudar isso.
 É titular? 
Ele não está mais no clube. Esse está certo e eu estou errado? O torcedor que me xinga hoje, que canta música vai continuar xingando, mas tem muita coisa que vocês não sabem. Muita. Eu só fui honesto. Isso não precisaria acontecer. Era só eu mentir, como pediram. Falaria que minha mãe estava passando mal, voltaria para o Brasil e rescindiria o contrato. Era simples. Meu gol seria lembrado e eu não receberia mensagem de torcedores xingando a mim e a minha família. Mas vale lembrar também que o Fluminense passa na minha vida e eu não vou passar na vida do Fluminense. O gol que eu fiz vai ficar para sempre. Ninguém tira. Teve gente que ficou com raiva porque eu fiz o gol. Não aceitaram. Não tenho culpa, cara. Estava ali na hora certa, no lugar certo. Vou ter que pagar porque eu fiz o gol também? É triste, mas é vida que segue. Tenho muito a fazer no futebol, vou ser campeão de novo porque minha vida é vitoriosa. Foi só um fato isolado.

Você está emocionado? 
É muito triste saber como fui tratado, saber que colegas dentro de campo se reúnem com treinador, diretoria e deixa triste para caramba porque não é legal. Mas todo mundo sabe que o mundo da bola é fogo: as pessoas vão ficar sabendo.

Tem um pequeno grupo que manda no Fluminense atualmente?
Hoje é praticamente isso. Diretor que conversa com jogador, treinador que chama para conversar no quarto. Não estou acostumado a isso.

E do patrocinador, o que você tem a dizer? 
O lado bom é justamente o patrocinador. Se não me engano está há 13 anos e tem o respeito de todos os grandes atletas que passaram. Ia falar o dia inteiro desse patrocinador porque o presidente (Celso Barros) é completamente do bem, honesto. Alguns jogadores até o chamam de paizão. Ele honra os compromissos e é triste saber que a nova diretoria não quer mais esse patrocinador no clube. Quem perde é exatamente o Fluminense.

O que você acha do Conca? 
Um amor, totalmente do bem. Ele ficou muito triste na minha saída. Emprestou o tênis para eu voltar da Argentina. Ele só manda bem, brincalhão e merece tudo porque é um cara honesto. Só elogios para o Conquinha.

Algo que foi colocado a seu respeito não era verdadeiro?
Cheguei duas vezes atrasado e eu expliquei. Engraçado que no mesmo dia mais dois atletas também chegaram. Só foi noticiado que eu cheguei. Acho que era problema particular.

Qual é sua opinião sobre o assessor da presidência Mário Bittencourt? 

Não gosto dele porque da maneira como ele me tratou e jogou os torcedores contra mim, as ameaças que fez dizendo que eu seria o maior prejudicado. Não tenho motivo algum para gostar dessa pessoa.

A rescisão foi amigável por quê? 
Deixei dinheiro para o Fluminense... Deve ser para a construção do vestiário. Parece que vão construir um vestiário novo, comprar os vasos que estão precisando, matar os bichos que aparecem... Então é uma causa nobre.

Mas parece que ficou mágoa com o clube....
Hoje as portas estão fechadas, mas essas pessoas passam rápido e só ficam as do bem. Não tem nada a ver com a instituição. Torcedor não sabe a verdade e não vai saber porque algumas coisas não posso falar. Querendo ou não o gol é eterno e ninguém vai mudar. Jogador e diretor nenhum vai mudar isso.
Muita gente criticou sua participação no Jogo das Estrelas, em dezembro, porque logo depois o tornozelo voltou a incomodá-lo e você perdeu alguns jogos no início de 2011. 
Todas as pessoas que entendem de medicina discordaram do que fizeram com o meu tornozelo. Quatro meses depois ainda sentia dor. No Jogo das Estrelas tive autorização do departamento médico do Fluminense. Não peguei a chuteira e fui. Avisei ao Zico que teria de falar com os médicos e tive autorização. Só por isso eu fui.

Por que você decidiu falar agora? 

Eu não queria falar nada, mas o que fizeram comigo foi muita sacanagem. Tem que ser muito sangue de barata para não falar nada. Ficaria aqui três ou quatro dias falando das coisas erradas do Fluminense. O grupo é bom, mas precisa de mudanças.

Que mudanças?
Primeira coisa é respeitar o patrocinador. Se não conseguem respeitar o patrocinador, quem eles vão respeitar? Se falam do patrocinador para os atletas de maneira desrespeitosa vão pedir o quê?

Qual é seu time de coração?
Sempre falei que gosto do Flamengo, nunca escondi isso de ninguém. Quando fui para o Fluminense falei, mas isso não impede que eu jogue no Botafogo, no Fluminense. Quero saber uma coisa: quem no Fluminense é tricolor? Eu conheço uns oito ou nove que torcem para o Flamengo, outro para o Cruzeiro.
03/05/2011 12h47 - Atualizado em 03/05/2011 14h32

Sheik sem freio: atacante distribui críticas na saída do Fluminense

Indiretamente, Emerson diz que Fred influencia nas decisões de Enderson, confirma que cantou hit do Fla, mas ressalta: ‘Outros jogadores também’

Por Eduardo Peixoto e Thiago AsmarRio de Janeiro
Emerson avisou antes da entrevista: “Estou com o freio soltíssimo, totalmente sem freio”. E cada resposta confirmou que, depois de quase duas semanas em silêncio à espera da rescisão com o Fluminense, o atacante saiu do ponto morto para a aceleração máxima.
Em mais de uma hora de entrevista na sala de seu apartamento, o jogador, de 31 anos, não fugiu das perguntas mais embaraçosas: confirmou que cantou o hit rubro-negro no ônibus do Fluminense, revelou que havia jogador que usava a camisa do Flamengo na concentração tricolor, e, mesmo sem citar o nome, deu a entender que Fred tem influência nas decisões do técnico Enderson Moreira.
Autor do gol do título brasileiro do Flu em 2010, ele disse que abriu mão de uma grande quantia - estima-se que R$ 5 milhões – ao sair e que desta forma o clube poderá reformar os vestiários e espantar os bichos, alusão à presença de ratos alardeada por Muricy Ramalho. O futuro ainda é incerto, mas ele confirma que um dos clubes que o procuraram foi o Vasco. Santos e Corinthians são outras opções.
Confira a entrevista completa:
Você cantou o bonde do Mengão sem freio? 
Cantei, mas não cantei sozinho. Outros atletas também cantaram, mas como diz o ditado só eu "levei" (paguei) o pato.
Mas como soube da notícia de que estava afastado do jogo contra o Argentinos Juniors? 
Estava descansando, concentradíssimo para o jogo e bateram no meu quarto. Era o supervisor Rodrigo (Henriques), que eu respeito muito, falando que o presidente e o Mário Bittencourt queriam ter uma reunião comigo no quarto da presidência no hotel. Cheguei ao quarto, e eles me disseram que eu não participaria do jogo e da partida seguinte, que seria contra o Flamengo
Você não perguntou por que foi o único punido se outros cantaram?
Estávamos cantando várias músicas e era aleatório. Caiu na música que fala do Flamengo e eu cantei, assim como outros atletas também. Eu perguntei: por que só eu? Se fosse fazer alguma coisa teria que ser com todos. Ele deu uma resposta vaga e aconteceu tudo isso.
Emerson durante entrevista (Foto: Eduardo Peixoto / Globoesporte.com)
Emerson durante entrevista (Foto: Eduardo Peixoto / Globoesporte.com)



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